sexta-feira, 13 de março de 2009

Mega-manifestação em Lisboa


13 de Março de 2009, dia memorável para os trabalhadores portugueses.
Convocados pela maior central sindical portuguesa, CGTP-Intersindical Nacional, cerca de 200.000 trabalhadores manifestaram-se hoje em Lisboa contra as políticas do Governo Sócrates.
Vieram de todas as partes do país em centenas e centenas de camionetas, de automóvel, de combóio ou em qualquer outro meio de transporte.
Pouco depois das duas horas da tarde, os trabalhadores enchiam parte da Avª. 5 de Outubro, o largo em frente è entrada principal da Maternidade Alfredo da Costa e a Avª. Fontes Pereira de Melo, das Picoas para Baixo.
Do Marquês de Pombal, também ele cheio, avistava-se a Avª. António Augusto Aguiar, completamente lotada de manifestantes desde o Marquês às Amoreiras e muito mais que metade da Avª. da Liberdade também pejada de trabalhadores que já desfilavam até aos Restauradores.
Os sectores profissionais representados era múltiplos e iam desde os funcionários públicos aos professores, passando pelos trabalhadores das fábricas de texteis do norte do país, pelos operários, pelos reformados, pelos trabalhadores agrícolas, pelos jovens e pelas mulheres.
Um dos dados mais notórios desta mega-manifestação é que uma parte bastante significativa da mesma era composta por mulheres e jovens.
As palavras de ordem eram mais que muitas, referindo o desemprego, a precaridade, as desigualdades sociais, o empobrecimento das famílias, a miséria dos idosos ou a falta de oportunidades para os mais novos, apontando todas elas numa única direcção: É PRECISO E URGENTE MUDAR DE POLÍTICA!
Segundo a CGTP e algumas televisões avançaram ao princípio da noite, esta manifestação congregou mais de 200.000 pessoas, todas elas irmanadas numa revolta incontida contra a situação miserável que o país atravessa e contra a acção política dos (des)governantes responsáveis pela crise económica em que Portugal está profundamente mergulhado.
Mas não foi só o espírito de revolta que pairou sobre a manifestação. O espírito do inconformismo também esteve presente.
Outra coisa, aliás, não seria de esperar.
Ali estava gente que sabe o que as suas mãos são capazes de produzir.
Gente que sabe que a sua força de trabalho, aliada à força de trabalho de todos os trabalhadores portugueses, será suficiente para reerguer o país dos escombros.
Assim no governo estejam pessoas sérias e à altura de governar o país.
Gente que saiba distribuir a riqueza produzida de acordo com as necessidades sociais e não de acordo com os grandes capitalistas ou com a banca privada.
Gente que saiba servir o Povo e não servir-se do Povo.
Esta foi, sem dúvida, a maior manifestação de sempre dos trabalhadores portugueses.
No ar ficou um sério aviso à governação.
Pelo que vi e ouvi da boca de muitos manifestantes, tenho a certeza que a luta pela dignidade do trabalho e dos trabalhadores vai continuar.
Segundo eles, essa luta só parará no dia em que houver justiça social em Portugal e todos os déspotas, corruptos e aldrabões tenham sido arredados dos respectivos “poleiros”.

Francisco Balsinha

1 comentário:

  1. Grande Manifestação! Eu estive lá como em todas as outras.
    Os despotas terão que sair deste pobre país.

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