quarta-feira, 11 de março de 2009

Só o Governo português ainda não sabe que a criminalidade tem aumentado em Portugal


Não é segredo para ninguém que a criminalidade tem vindo a aumentar assustadoramente no nosso país.
Esse aumento revela-se no número crescente dos crimes praticados e também na forma como os mesmos são executados.
Num artigo da Agência Lusa publicado hoje e a que tive acesso através do Google, pode ler-se o seguinte: “O Comando Metropolitano de Lisboa (COMETLIS) da PSP deteve nos dois primeiros meses deste ano 470 pessoas, “grande parte das quais suspeitas de actos criminosos com alguma violência”, anunciou hoje um responsável policial”.
Mais adiante, no mesmo artigo pode ler-se: “Os 470 detidos em Janeiro e Fevereiro deste ano representam um aumento de 22 por cento face ao mesmo período do ano passado...”.
Apesar das ambiguidades do Governo nesta matéria e de o Ministro da Administração Interna, Rui Pereira, continuar a dizer que não pode confirmar nada até o Relatório de Segurança Interna de 2008 ser apresentado ao Governo, as notícias já confirmadas pelas autoridades competentes da Polícia de Segurança Pública e da Guarda Nacional Republicana não deixam qualquer margem para dúvidas quanto a este assunto.
Assim sendo, o aumento significativo da criminalidade no nosso país é um dado adquirido para todos, menos para José Sócrates e seus pares governantes.
Perante esta situação mais que confirmada, o Governo, que tem responsabilidades acrescidas nesta questão, não pode mais fazer a política da avestruz, que mete a cabeça num buraco de areia quando as coisas não lhe correm bem.
Sócrates e o ministro Rui Pereira têm a obrigação política e moral de esclarecerem os portugueses nesta matéria e de apresentarem na Assembleia da República um pacote de medidas que faça inverter a situação.
Desde o princípio dos anos 90 até aos nossos dias, Portugal tem sido uma porta aberta para imigrantes africanos, brasileiros e dos países de leste.
Em tempos, com a construção das auto-estradas, da Expo98 e da Ponte Vasco da Gama, entre outras iniciativas, foi possível dar trabalho a essas pessoas.
Uma vez esgotada a empreitada da construção dessas infra-estruturas, todos esses imigrantes ficaram sem trabalho e mais, sem qualquer apoio do Estado, porque em muitos casos não tiveram direito a contrato de trabalho, nem a sistema de saúde, nem a qualquer tipo de descontos que os podessem amparar hoje à sombra de um qualquer subsídio estatal.
Essas pessoas não podem ser tratadas como cães, que uma vez tendo o dono em casa já não fazem falta para a guardar.
Essas pessoas são seres humanos como qualquer um de nós e necessitam de ser integrados na sociedade que lhes franqueou as portas e de gozarem do mesmo tipo de oportunidades que aos portugueses são concedidas.
Ainda que um número significativo dos crimes praticados venha de pessoas pertencentes a essas comunidades, não é pondo-as de lado que se resolve o problema.
O problema resolve-se arranjando meios de sobrevivência adequados para os imigrantes que decidiram viver entre nós, dotando as forças policiais de um número de efectivos suficiente para o bom funcionamento da sociedade portuguesa e dando-lhes confiança, armas condignas e salários de acordo com a responsabilidade que lhes é exigida.
Resolve-se também modificando o Código Penal, que é bastante permissivo e, naturalmente, julgando e prendendo os prevaricadores e absolvendo os inocentes em tempo útil.
A aplicação de apenas uma das medidas que enunciei não será suficiente para que passemos a viver com mais segurança.
Só a aplicação conjunta de todas essas medidas poderá fazer mudar radicalmente o panorama da criminalidade em Portugal.
Mais uma vez, a faca e o queijo estão na mão do Governo.
A nós só nos resta esperar que o país seja governado a pensar na resolução dos problemas que nos afectam e não sómente a pensar em maiorias absolutas e em votos.

Francisco Balsinha

Sem comentários:

Enviar um comentário