sábado, 7 de março de 2009

“Quem não deve, não teme”



Ontem, sexta-feira, a jornalista Manuela Moura Guedes voltou a trazer ao ecran da Tvi o caso Freeport, revelando novos dados que, a terem confirmação judicial, farão abanar as estruturas do Poder em Portugal.
A ser verdade tudo o que ali foi dito, quer pelos jornalistas do quarto canal quer por novas testemunhas que pedem para serem ouvidas pelos tribunais no âmbito deste processo, não restarão dúvidas a ninguém que alguns dos senhores que passaram pelo Governo e o actual primeiro-ministro, José Sócrates, terão as mãozinhas bem sujas da mais escabrosa corrupção e do compadrio desenfreado e sem vergonha.
Os dados já trazidos a público desde que a Direcção de Informação da Tvi pegou neste assunto são em tão grande quantidade e assumem uma gravidade tão notória que, se ainda restar um pingo de vergonha neste país, o processo Freeport jamais poderá voltar para a gaveta, com aconteceu anteriormente, e os desavergonhados encharcados em dinheiro corrupto terão que ser punidos exemplarmente se se vier a provar a sua culpa.
Se um qualquer cidadão vai preso por infringir a Lei, os detentores de orgãos do Poder, governamental ou autárquico, sobre os quais se provar conivência ou recebimento de dinheiro sujo, deverão também eles ser presos, porque só essa medida provará que a democracia está viva e é cumprida no nosso país.
Quando faço estas afirmações, não tenho qualquer juízo pré-concebido quanto a este ou aquele dirigente partidário, governativo ou autárquico.
Sómente as faço porque, face à informação divulgada pelo já mencionado canal de televisão, não restam mais dúvidas de que ouve dinheiros em grande quantidade por baixo da mesa e, neste caso, alguém os recebeu.
Assim sendo, a culpa não pode mais uma vez morrer solteira, sob pena de à imagem pessimista que os portugueses têm do futuro do seu país se aliar o descrédito na acção da Justiça e nos detentores dos orgãos de soberania portugueses.
Um dos nomes mais falados neste caso Freeport tem sido o do primeiro-ministro José Sócrates, Ministro do Ambiente à data do licenciamento daquele outlet.
Sócrates já falou quanto a esse facto, acusando aquilo que chamou de um canal de televisão de estar a promover uma campanha negra contra a sua pessoa.
Mais afirmou o primeiro-minstro português que está de consciência absolutamente tranquila quanto ao caso Freeport e que nada lhe poderá ser imputado.
Assim sendo, não entendo porque ele, José Sócrates, ainda não moveu um processo judicial à Tvi, tendo em vista a defesa do seu bom nome e a penalização daquela estação televisiva por supostamente o “enxovalhar” tanto.
Se José Sócrates não tem nada a ver com o “negócio”, como diz e eu acredito, é tempo de deixar de se esconder atrás das câmaras de televisão e passar ao ataque.
“Quem não deve, não teme”, diz o Povo na sua sabedoria.
Se Sócrates não deve, não pode perder mais tempo, chame os seus advogados e ponha a Tvi no banco dos réus.
Se o fizer e sair vencedor desta contenda, a sua popularidade subirá em flexa e acabam-se de uma vez por todas as suspeitas que sobre si recaem.

Francisco Balsinha

1 comentário:

  1. Se José Sócrates não tem nada a ver com o “negócio”, até pode ser verdade. Mas de uma coisa eu sei! Faltou com uma das obrigações de um governante. Deveria, mal teve conhecimento pelo tio que havia suspeitas de corrupção, denunciar o caso ao Ministério Público. Porque não o fez? Com esta atitude demonstrou não ter idoneidade como político.

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