terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Casa Pia – para quando a verdade?

O processo Casa Pia está outra vez na berlinda. Depois das alegações do Ministério Público em que este foi taxativo em relação aos elementos de prova que incriminam alguns dos arguidos, é agora a vez de a defesa dos mesmos proferir as alegações finais.
Hoje, terça-feira, botou faladura em pleno Tribunal o advogado Ricardo Sá Fernades, defensor de Carlos Cruz, que alegou que toda a investigação foi mal conduzida, não se escusando a apontar que a mesma está inquinada com aquilo a que chamou de “dez pecados mortais”.
Seguindo esse raciocínio, Sá Fernandes também não se coibiu de chamar à investigação “pseudo investigação”.
Como é conhecido, os advogados de defesa são contratados pelos arguidos no intuito de provarem a sua inocência, quando ela existe, ou de “arranjarem” matéria que possa fazer diminuir a culpabilidade dos mesmos.
Não é por isso de estranhar que muitos julgamentos naveguem num mar de declarações contraditórias, com as quais, as mais das vezes, se procura confundir os jurados e a própria opinião pública.
Neste famigerado caso, vários peritos, cada um na sua área, já afirmaram publicamente que os jovens queixosos não mentem e que, em alguns casos, as provas corporais são as principais testemunhas das humilhações que sofreram.
Os relatos desses jovens, feitos em tribunal e na presença dos tais peritos, apontam em várias direcções, muitas delas coincidentes e acusatórias da quase totalidade dos arguidos no processo Casa Pia.
Aliás, provado que está que os miúdos foram violados e vítimas de sevícias sexuais, porque raio teriam eles que apontar a dedo ao arguido A ou B ou C e deixarem de fora aqueles que supostamente os teriam molestado?.
Basta pensarmos um pouco na razão de ser desta pergunta para chegarmos à conclusão que a resposta à mesma só pode ser uma...!
No decorrer destas alegações finais bem podem os advogados argumentarem o que quiserem, porque uma coisa é certa, se colaborarem no encobrimento da verdade serão tão pedófilos quanto o ou os clientes que defendem.
Agora, não basta vir para a rua dizer que foram o Tribunal, a Polícia Judiciária e os meios de comunicação social que criaram este monstro chamado processo casa Pia, quanto mais não seja, porque nenhum jurado, nenhum membro da PJ e nenhum jornalista foi acusado do crime de ter praticado acto sexual com menor de 16 anos.
Os acusados são outros e para bem da verdade é bom que se saiba quem são realmente os culpados e que lhes sejam aplicados os castigos máximos previstos na Lei, não só pelo despudor dos actos praticados como pela vã e ignóbil tentativa de iudirem o Tribunal e a Sociedade, mentindo despudoradamente.

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