domingo, 25 de janeiro de 2009

Justiça, por onde andas?


Infelizmente, Portugal não é um país, é uma anedota.
Anedota triste, mas anedota.
Já não basta estarmos na cauda da europa nos mais diversos indices económicos e sociais, a nossa justiça também é o que se vê...!
Comecemos pelo famiderado caso Casa Pia, que nunca mais tem fim, no qual foi mais que provado que os míudos foram abusados sexualmente e psíquicamente, e onde agora todos os arguidos se declaram inocentes e clamam por justiça.
A semana passada, um Juiz deu como provado que o miúdo que diz ter sido seviciado por Paulo Pedroso, falou verdade nas acusações que fez àquele membro da direcção do PS.
Se o miúdo falou verdade, como asssegura o Juiz, então isso significa que é verdade que Pedroso particou mesmo actos pedófilos, pelo menos com este adolescente.
Assim sendo, o mais razoável bom senso manda que o processo Pedroso deva ser de imediato reaberto, para que, mais uma vez provados os factos, não fique sem punição o autor desta alegada canalhice.
Até ao momento, ainda não vi escrito em algum orgão de comunicação social nem ouvi em qualquer rádio ou televisão a reivindicação do que acima escrevi. Porque será?
No caso Maddie, que se tornou famoso em todo o mundo e do qual “nunca se apanhou o fio à meada”, um dos inspectores da Polícia Judiciária que trabalhava no apuramento da verdade acabou por ter que passar à reforma, por alegadamente as suas atitudes no apuramente dos factos terem sido consideradas excessivas.
Será que quando está em causa a vida de uma criança inocente e quando existem, como era o caso, várias pistas para desvendar, o Polícia encarregue do caso tem que se movimentar com o maior cuidado para não ferir susceptibilidades a alguém, seja quem fôr?
Se alguma Lei determina isso, não passa de uma Lei absurda que deve ser rapidamente banida do Código Penal.
Deixei para o fim, propositadamente, o caso que mais tem sido falado nas televisões e nos jornais nos últimos dias: o caso Freeport.
O dossier deste caso estava há muito metido numa qualquer gaveta de uma qualquer repartição pública, certamente à espera que o seu prazo de investigação terminasse.
Também o processo Freeport foi em tempos investigado pela PJ portuguesa, mas, mais uma vez, o Inspector do processo foi, como tantos outros em ocasiões diferentes, obrigado a reformar-se mais cedo.
Porquê, ninguém sabe...
Esta onda de reformas antecipadas de inspectores da PJ cheira-me a esturro.
No caso dos dois inspectores acima mencionados, a direcção da Polícia Judiciária nunca explicou publicamente porque os afastou em devido tempo e, que se saiba, o seu afastamento não se deveu a falta de zêlo ou a falta de capacidade profissional dos mesmos.
Quanto a este assunto, tal como eu, muitos portugueses gostariam de ter uma explicação para tais afastamentos.
No entanto, a Polícia inglesa, menos dada a “esquecimentos” deste tipo, decidiu “bater com a língua nos dentes” e alertar as autoridades portuguesas e a opinião pública para aquilo que diz ser uma mega fraude.
A presença da Polícia inglesa neste processo dá-nos algumas garantias de que o mesmo não deverá voltar à gaveta de origem, até que caia no esquecimento.



Tudo isto parece muito estranho.
Deixando de fora os Juizes, que de uma maneira geral são pessoas zelosas do seu trabalho, parece que paira uma nuvem sobre a justiça portuguesa, que só nos deixa ver o que mentes “superiores” entendem que pode ser visto, e que, ao mesmo tempo, encobre outros assuntos e factos que talvez essas mesmas mentes entendam que não devam chegar ao “Zé Povinho”.
Esta é a democracia que temos, 34 anos passados sobre o 25 de Abril de 1974.
Esta é também a democracia que merecemos, por termos sido nós, Povo português, quem em sucessivas eleições pusemos no Poder os mentores desta sociedade tão desvirtuada da verdade e dos direitos do cidadãos.
Vamos permitir isto até quando?!

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