domingo, 18 de janeiro de 2009

Cessar fogo decretado por Israel vai durar até quando?


Tal como já era esperado, o Governo israelita decretou a noite passada o cessar fogo na sua ofensiva militar contra os territórios palestinianos da Faixa de Gaza.
O Primeiro-Ministro de Israel, Ehud Olmert, justificou este cessar fogo unilateral afirmando que o exército do seu país já atingiu todos os objectivos a que se propunha, entre os quais limitar o poder militar do Hamás.
Noutro passo do seu discurso, Olmert revelou que Israel chegou a acordo com o governo egípcio, tendo-se este comprometido a não deixar haver mais contrabando de armamento através da sua fronteira com a Faixa de Gaza.
Hipócritamente, o primeiro-ministro israelita dirigiu-se também aos palestinianos da seguinte forma: “Israel não vos odeia”, “nós só queríamos proteger os nosso filhos e não atingir os habitantes de Gaza”.
Estas palavras de Ehud Olmert foram proferidas após o exército israelita ter morto cerca de 1.200 palestinianos – estimando-se que metade deste número de vítimas fossem civis – e deixado um rasto a rondar os 5.000 feridos.
Entre as vítimas mortais e os feridos provocados pelos bombardeamentos israelitas contam-se muitas mulheres e crianças.
Apesar deste anúncio unilateral de cessar fogo, segundo o Ministro da Defesa israelita, “o exército vai permanecer em Gaza e está preparado para continuar a expandir a operação, se for necessário. Os cidadãos de Israel devem também estar preparados”.
Esta atitude israelita parece poder vir a não ser duradoura, uma vez que os dirigentes do Hamás afirmaram que só aceitariam assinar o cessar fogo se os militares israelitas abandonassem o território palestiniano.
Por outro lado, importa agora perceber o porquê deste aparente cessar de hostilidades por parte de Israel e a sua justificação parece ser fácil de encontrar.
Israel é, como é do domínio da opinião pública internacional, um peão de brega dos Estados Unidos da América no Médio Oriente.
Não fosse isso e jamais o estado israelita estaria armado até aos dentes com cerca de 200 ogivas nucleares, aviões, helicópteros, tanques, canhões, armas automáticas e munições, tudo isto de tecnologia americana.
Desde sempre, para a Casa Branca, o estado de Israel foi visto como uma ponte entre os próprios Estados Unidos e as Nações Árabes produtoras de petróleo.
A sua localização estratégica, entre o ocidente e o oriente, é, por isso, considerada de extrema importância para os americanos.
É esse o motivo porque as relações entre Tel-a-Viv e Washington e vice-versa sempre decorreram num panorama de grande identidade de pontos de vista e acção política.
Actualmente, apenas os americanos têm sido os grandes defensores da política de agressão israelita aos territórios de Gaza.
Do ponto de vista de vários observadores, entre os quais me incluo, é dentro deste quadro de excelentes relações bilaterais que tem lugar este fraco cessar fogo decretado por Ehud Olmert.
Depois de amanhã, terça-feira, dia 20 de Janeiro de 2009, toma posse o novo Presidente americano, Barack Obama, e ser-lhe-ia bastante incómodo defender no seu discurso de posse a agressão sionista contra o Povo palestiniano, isto porque, dentro dos EUA está em crescendo o número de vozes que se opõem à acção militar de Israel.
Quando Obama tomar posse tudo estará aparentemente calmo no Médio Oriente, mas o que importa saber é até quando..., pergunta para a qual ninguém tem a resposta exacta.

Sem comentários:

Enviar um comentário