sábado, 17 de janeiro de 2009

A construção do TGV e a opinião dos políticos espanhóis


A Drª.Manuela Ferreira Leite, líder do PSD, divulgou este sábado numa reunião do seu partido que o Governo terá encomendado ao jornalista correspondente da Lusa em Espanha que inquirisse os políticos daquele país acerca das declarações da figura de proa do maior partido da oposição, em que esta revelou que, se vier a ser primeira-ministra, mandará suspender a construção do TGV.
Esta informação foi entretanto confirmada hoje no “Jornal Nacional” da TVI.
Tal como Manuela Ferreira Leite, também eu me pergunto por que raio teria o Governo que “pôr a falar” os políticos espanhóis para tentar desacreditar a figura maior da oposição e, por outro lado, tentar dar mais credibilidade à sua megalómana iniciativa.
Acaso os espanhóis terão alguma coisa que ver com o que se passa no nosso país?
Acaso o Governo Sócrates antes de tomar qualquer medida vai pedir parecer a “nuestros hermanos”?
Tudo isto me parece muito estranho, ainda para mais quando o nosso Primeiro-Ministro, que se saiba, nunca perguntou a Zapatero o que fazer para que o ordenado mínimo dos portugueses seja igual ao dos espanhóis, para que o preço dos combustíveis seja igual ao do lado de lá da fronteira, para que as pensões de reforma dos nossos idosos sejam semelhantes às dos nossos vizinhos do lado e mais um extenso rol de perguntas das quais todos nós gostaríamos de saber as respectivas respostas.
Quanto à questão da construção da linha do TGV, Manuel Ferreira Leite tem razão de sobra.
Para quê construir uma linha de alta velocidade se os portugueses não têm posses para a utilizar?
Porque não empregar esse dinheiro, consubstanciado em verbas astronómicas, para melhorar as pensões de reforma ou para combater o desemprego?
Toda a oposição está de acordo neste aspecto.
Só o Governo, chefiado pelo teimoso Sócrates, arrisca mandar arrancar a construção desta obra que irá individar ainda mais o país.
Portugal está em recessão económica, tal como outros países da União Europeia, mas a grande diferença é que esses países são industrializados e, nalguns casos, têm recursos naturais que os farão sair a breve prazo desse estado de recessão.
E Portugal o que tem?
O sol?
As suas paisagens?
Mais de 800 quilómetros de costa com o Oceano Atlântico?
De que serve tudo isso se o sol não se come e o turismo é a míngua, se as paisagens só servem para nos desanuviar a mente e, quanto ao oceano que temos ao lado, até para pescar nele estamos limitados a quotas impostas pela UE?
Portugal só pode sair do marasmo económico em que se encontra através da poupança, mas nesse aspecto quem tem que dar o exemplo é o Estado.
Abandonar a ideia da construção da linha de combóio de alta velocidade e do aeroporto de Alcochete seriam medidas que a serem adoptadas por certo moralizariam a sociedade produtiva e, sobretudo, deixariam em aberto verbas importantíssimas para o arranque da nossa economia e para o encurtamento do fosso enorme que existe entre os mais ricos e os mais pobres.
Mas quem é que vai meter isto na cabeça de José Socrates?.

Francisco Balsinha

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