segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Se a Europa quiser apoiar Obama, tem agora uma ocasião de ouro para o demonstrar

O Presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama, não podia ter começado da melhor maneira a sua administração.
Logo no dia da tomada de pose, Obama assinou um diploma que suspendeu por quatro meses os julgamentos arbitrários dos reclusos da prisão da Base Naval de Guantánamo, em Cuba, e que suspendeu também os interrogatórios e a prática de tortura naquelas instalações.
Esta tinha sido uma das promessas eleitorais do recentemente eleito presidente norte-americano, que não perdeu tempo a pô-la em prática.
No dia seguinte, Obama e a sua administração decretaram o encerramento no prazo máximo de um ano da prisão do campo de horrores de Guantánamo.
Estas medias muito positivas receberam o aplauso da União Europeia e de todas as organizações de direitos humanos espalhadas pelo mundo.
Agora, uma vez assinados estes diplomas, há que pensar na melhor maneira de se resolver o problema, já que com o encerramento daquela terrível prisão os respectivos presos precisam de ser colocados.
Numa atitude sem precedentes, a diplomacia portuguesa e concretamente o Ministro Luís Amado, instou os países membros da Europa dos 27 a darem um ajuda a Obama e a disponibilizarem-se para receber os priosioneitos oriundos da prisão de Guntánamo.
Esta atitude, que dignificou o Governo português, foi prontamente saudada pelo porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Sean McCormack, que afirmou que “Portugal e o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Luis Amado, deveriam ser saudados pelo que fizeram para abrir a via a uma nova atitude europeia a este propósito”.
Por outro lado, a Amnistia Internacional já fez saber através do seu coordenador da Campanha “Combater o terrorismo pela Justiça”, Daniel Gorevan, que “os governos da Europa deviam seguir o exemplo corajoso de Portugal e contribuir para a solução que porá fim ao escândalo para os direitos humanos que é Guantánamo”.
O insigne Jurista português, Prof. Adriano Moreira, também já veio a público esclarecer que, à luz das normas jurídicas internacionais, os reclusos terão uma palavra a dizer quanto ao seu destino pós Guantánamo.
Neste momento, ainda há países europeus que põe determinadas reticências a esta questão, mas, para além de Portugal, países como a Alemanha, a Espanha e a Irlanda já anunciaram que estão disponíveis para receber ex detidos da prisão situada em solo cubano.
No meio deste extenso manancial de informação, uma coisa salta à vista: este problema é de difícil solução.
Contudo, se os europeus quiserem de facto apoiar Barack Obama e as suas reformas, têm neste caso uma ocasião de ouro para o demonstrar.

Francisco Balsinha

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