sábado, 3 de janeiro de 2009

Não há bombas que cheguem para calar um Povo amordaçado

O violento ataque militar que os israelitas levam a efeito há vários dias contra o território palestiniano parece não ter fim à vista.
Ministérios, hospitais, clínicas, fábricas, casas e até o próprio parlamento palestiniano já foram derrubados pelos tanques e pela aviação do governo de Tel-a-Viv, numa acção que tem por finalidade inviabilizar o estabelecimento definitivo do Estado Palestiniano na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.
Bem podem os dirigentes israelitas apregoar que esta ofensiva militar tem por finalidade pôr fim ao lançamento de roquetes do Hamas para o seu território, porque já não enganam ninguém.
É verdade que Hamas fez rebentar em território israelita algumas dezenas de roquetes, os quais, na maioria dos casos, cairam em zonas desabitadas, não provocando danos físicos nem materiais.
Pretendia o Hamas com esta atitude chamar a atenção do governo de Israel para a necessida de pôr fim ao bloqueio aos territórios palestinianos que já dura há cerca de dois anos.
Esse bloqueio, que nunca foi levantado, asfixia o Povo palestiniano, retirando-lhe os bens essenciais para que o dia a dia fosse normal nos territórios da Palestina.
A atitude belicista e desproporcionada agora tomada pelos israelitas, já fez elevar a mais de 420 o número de mortos provocados pela sua acção e subir a mais de 2.000 o número de feridos, alguns deles em estado considerado muito grave e sem assistência médica, e entre eles muitas crianças.
Para se ter uma ideia dos firmes propósitos dos governantes israelitas, basta atentar no facto de estes ataques terem sido levados a cabo após a recente eleição do parlamento palestiniano e após o acordo alcançado entre as duas organizações representativas deste Povo, a Fatah e o Hamas.
O que está aqui em causa não é a luta contra o terrorismo, já que os verdadeiros terroristas são os israelitas. O que está verdadeiramente em causa é o extermínio de um Povo à boa maneira nazi.
Nesta sua acção militar Israel conta com alguns apoios internacionais, uns mais velados que outros, entre os quais sobressai o apoio dos seus amigos de sempre, os Estados Unidos da América, mas, ao mesmo tempo, conta também com a oposição enérgica da comunidade internacional, que se tem manifestado contra esta chacina desde Paris a New York, passando por Londres e por muitas outras cidades e países.
A solidariedade da comunidade internacional para com o Povo palestiniano é algo de imprescindível nesta altura e nós, portugueses, teremos oportunidade de ser também solidários já na próxima segunda-feira, dia para o qual está marcada uma vigília em Lisboa, na Praça do Rossio, às 18 horas.
Concluo este meu pensamento com uma verdade objectiva: não há bombas que cheguem para calar um Povo amordaçado.

Tiago Pereira

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